Comitê Científico:
Danilo Volochko (PPGGEOGRAFIA/UFPR)
Natacha Rena (PPGAU-UFMG)
Paula Santoro (PPGAU/FAUUSP)
As lutas sociais urbanas sofreram uma guinada considerável na última década. A maioria dos movimentos sociais, como os movimentos que lutam pela reforma urbana e pelos direitos à cidade e à moradia, encontra-se hoje em uma interação conflitiva com o Estado, pois “lutam por dentro do Estado” e estão muito institucionalizados, participando de conselhos, secretarias, etc. Por outro lado, vemos surgir novos movimentos sociais, mais complexos e mais plurais, que enfrentam a mercantilização do território, hibridam-se com outras pautas e não cabem mais dentro da unidade que compunha o campo clássico dos movimentos pela reforma urbana.
As cidadanias insurgentes, os movimentos “occupies” e outros crescentes movimentos pós Jornadas de Junho de 2013 no Brasil ampliam o campo de luta pelo espaço urbano e disputam os espaços públicos com o Estado e com o mercado, a partir de apropriações coletivas destes espaços com estruturas de decisão pouco hierárquicas e mais democráticas, exigindo: novas políticas de mobilidade, outras formas mais democráticas de financiamento e produção da cultura, reconhecimento das diferenças entre gênero e raça nos modos de ocupação do território, dentre outras pautas sociais, ambientais ou culturais e de gênero. Estes movimentos sociais contemporâneos têm problematizado as políticas e os processos do planejamento urbano, incluindo novos temas no debate urbano para além do clássico tema da moradia, e suas próprias formas de luta, que envolvem mapeamentos colaborativos em rede, novas tecnologias e dispositivos tecnopolíticos. Estes movimentos podem ser entendidos como forma de enfrentamento das novas (e velhas) frentes de expansão do capital e estão conectados em rede por todo o planeta.
Temas:
Teoria sobre as práticas e as estratégias alternativas adotadas pelos diversos grupos sociais de enfrentamento de políticas neoliberais de mercantilização e privatização do espaço; diferenças e semelhanças entre os movimentos sociais contemporâneos e os clássicos; novas diretrizes para a lógica de planejamento; novas estratégias e políticas para pensar a atuar nas metrópoles contemporâneas.
Foto: Camila D’Ottaviano