Comitê Científico:
Flávia Brito do Nascimento (PPGAU/FAUUSP)
George Dantas (PPGAU/UFRN)
Renata Campello Cabral (MDU/UFPE)
O campo disciplinar da história urbana no Brasil tem longa tradição, fundada nos programas de pós-graduação e nos sucessivos encontros nacionais desde a década de 1980. Grupos e redes de pesquisas sistematizaram projetos e ações promovendo revisões bibliográficas e avanços epistemológicos. A importância das pesquisas sobre a história da urbanização e do urbanismo nas suas múltiplas possibilidades criou fóruns próprios, sem, contudo, distanciar-se do planejamento urbano. A partir desta tradição, a sessão temática ora proposta pretende congregar trabalhos que tratem das relações entre história e cidade, na autonomia do campo de pesquisas, mas também nos possíveis enfoques interdisciplinares. Pretende-se problematizar as fronteiras metodológicas das pesquisas na área, discutindo-se novas abordagens, novos problemas e novos objetos.
Nos debates sobre o espaço urbano na contemporaneidade, o direito à memória aparece com força no campo resistências e insurgências no cenário nacional. A experiência temporal na cidade é agente importante, congregador de identidades, articulações políticas e direitos. Vê-se o direito à cidade, longamente na agenda do planejamento urbano em face de situações de crise e de resistência, aproximar-se, uma vez mais, do direito à memória. A história no tecido urbano, bem como os usos do passado na atualidade vem sendo demandados como resistência cultural, articulando propostas de enraizamento, fruição e ambiente urbano na sua dimensão cultural. As preexistências históricas nas cidades brasileiras, seja como memória, seja como campo de conhecimento da história, seja como existência física para o presente e o futuro, estão na agenda de encontros possíveis com a produção de conhecimento e com as práticas do planejamento urbano.
Temas:
Relação entre cidade e história (produzida por campos diversos de conhecimento); produção de conhecimento historiográfico sobre história da urbanização e do urbanismo nas suas múltiplas temporalidades e espacialidades; o lugar do passado na cidade contemporânea (como resistência, identidade ou política pública).
Foto: Eduardo Nobre