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Oficinas de Práticas Urbanas

Coordenação: Caio Santo Amore (FAUUSP) e João Farias Rovati (UFRGS)

 

Organização das oficinas: Ana Castro (FAUUSP), Beatriz Rufino (FAUUSP), Caio Santo Amore (FAUUSP), Catharina Pinheiro (FAUUSP), Denise Morado (UFMG), Francisco Comaru (UFABC), Joana Mello (FAUUSP), Jonathas Magalhães (PUCCamp), João Farias Rovati (UFRGS), Karina Leitão (FAUUSP), Luciana Ferrara (UFABC), Luciana Lago (IPPUR-UFRJ), Luciana Royer (FAUUSP), Paula Santoro (FAUUSP), Paulo Emílio Ferreira (UPMackenzie), Raúl Vallés (UDELAR) Regina Lins (UFAL), Renato Pequeno (UFC), Ricardo Moretti (UFABC), Rosangela Paz (PUC-SP)

 

As Oficinas de Práticas Urbanas são uma novidade do XVII ENANPUR. Serão realizadas no final de semana que antecede o Encontro (20 e 21 de maio), desenvolvidas e organizadas de maneira autônoma por professores e pesquisadores que foram convidados pela organização do evento e que contarão com apoios diversos de grupos de pesquisa ou extensão universitária, movimentos sociais e entidades de assistência técnica com atuação na Região Metropolitana de São Paulo. De maneira geral, visam ao desenvolvimento de atividades práticas de leitura ambiental e urbana, planejamento e projeto em contextos que envolvem processos participativos de reconhecimento de problemas, tomada de decisão e elaboração de propostas associados à paisagem e à produção da cidade.

São contextos da cidade real, eixos de expansão, áreas urbanas consolidadas, periferias, assentamentos precários, bordas, áreas “periurbanas”… Situações diversas presentes na Região Metropolitana de São Paulo, sobre as quais se entende necessário estabelecer vivências, reflexão e ensaios propositivos para melhoria das condições que se apresentam, em particular para a população que se vê obrigada a encontrar soluções para suas necessidades urbanas e habitacionais, com baixa participação institucional do Estado, e que vivem os conflitos e a resistência no seu cotidiano.

Os inscritos em cada Oficina se constituirão como um grupo de reflexão e produção coletiva, preferencialmente em contato direto e em interação com lideranças comunitárias e moradores dos territórios estudados, que serão mobilizados para acompanhar as visitas técnicas e participar das atividades. Os processos ou resultados deverão ser sistematizados e serão apresentados em meio digital durante os dias do Encontro.

Tais processos poderão dar visibilidade para as situações encontradas e, eventualmente, dar suporte à população envolvida, em processos de organização comunitária, resistência e pressão junto aos poderes públicos para a realização de melhoria das condições habitacionais e urbanísticas, qualificação de espaços de uso público ou coletivo, na reforma/reabilitação de edificações, na formulação de planos e projetos de interesse coletivo, no estabelecimento de fontes de financiamento e arranjos institucionais e produtivos.

 

INFORMAÇÕES OPERACIONAIS

Serão oferecidas 10 oficinas, com dinâmicas e atividades diversas, definidas, mediadas e coordenadas pelos professores / pesquisadores proponentes. A relação de oficinas, com seus respectivos organizadores e o número de vagas oferecidas, está apresentada a seguir. Os objetivos, resumo das atividades, pontos de encontro, locais específicos das visitas técnicas e/ou do desenvolvimento das Oficinas propriamente ditas podem ser vistos no Quadro abaixo.

As inscrições serão feitas diretamente no sistema do XVII ENANPUR, com confirmação de participação vinculada ao pagamento da Taxa, sem custo adicional. Cada participante poderá se inscrever e participar de 1 (uma) única Oficina. Nos casos em que houver mais inscritos do que a quantidade de vagas oferecidas, a seleção acontecerá por ordem de inscrição e os excedentes constituirão uma lista de espera. As inscrições deverão ser confirmadas duas semanas antes do evento, mediante resposta a e-mail que será enviado pela organização do evento. As inscrições não confirmadas nesta ocasião serão consideradas como desistência e os inscritos que estiverem nas listas de espera de cada oficina serão chamados.

Vale destacar que muitas das oficinas propostas têm um certo grau de imprevisibilidade. Por exemplo: ocupações de movimentos de moradia poderão sofrer reintegrações de posse, favelas e assentamentos precários poderão apresentar dificuldades de acesso até a data do evento, entre outras questões de logística. A organização do Encontro ou das oficinas manterão contato com os inscritos informando sobre eventuais mudanças na programação.

 

OFICINAS

Oficina 1 – Projeto urbano na região da Luz: a cidade no entorno da ocupação da Rua Mauá. Organização: Ricardo Moretti, Francisco Comaru (UFABC), Regina Lins e Débora Cavalcanti (UFAL), Renato Pequeno (DAU UFC) [40 vagas]

Oficina 2 – Ocupar, resistir e construir: autogestão habitacional na reabilitação de edifícios vazios na área central. Organização: Caio Santo Amore (FAUUSP), Raúl Vallés (Udelar), Rosangela Paz (PUC-SP), Luciana Lago (IPPUR-UFRJ), Peabiru (assessoria técnica) [20 vagas]

Oficina 3 – Caminhos urbanos: da colina histórica à metrópole. Organização: Ana Castro e Joana Mello (FAUUSP) [20 vagas]

Oficina 4 – Urbanismo na defesa de direitos: o observatório de remoções nas favelas da Operação Urbana Águas Espraiadas. Organização: Karina Leitão (FAUUSP), Paulo Emílio Ferreira (UPMackenzie) [20 vagas]

Oficina 5 – Autoconstrução e melhorias habitacionais em assentamentos precários consolidados: Diadema. Organização: José Baravelli (FAUUSP), Denise Morado (EA/UFMG) [20 vagas]

Oficina 6 – Urbanização de favelas: Jd. Jaqueline. Organização: Jonathas Magalhães (PUCCamp), LabLaje FAUUSP [20 vagas]

Oficina 7 – Reforma Agrária na metrópole: formação política, infraestrutura e produção. Organização: Grupo de Construção Agroecológica FAUUSP, Caetés FAUUSP [20 vagas]

Oficina 8 – Do projeto modernista à condominialização – o caso da COHAB José Bonifácio em Itaquera. Organização: Beatriz Rufino e Luciana Royer (FAUUSP) [20 vagas]

Oficina 9 – Às margens da cidade: expansão urbana e as represas da Zona Sul. Organização: Angelo Filardo (FAUUSP) [20 vagas]

Oficina 10 – Cartografia afetiva e insurgente em Paranapiacaba. Organização: Catharina Pinheiro (FAUUSP), João Rovati (UFRGS) [20 vagas]

 

OFICINA 1 – PROJETO URBANO NA REGIÃO DA LUZ: A CIDADE NO ENTORNO DA OCUPAÇÃO DA RUA MAUÁ

Organização: Ricardo Moretti e Francisco Comaru (UFABC), Regina Lins e Débora Cavalcanti (UFAL), Renato Pequeno (DAU UFC)

Número de Vagas: 40 vagas (2 grupos de 20)

Objetivo: Realizar levantamentos para reconhecimento de contextos urbanos e desenvolver projetos urbanos na região da Luz, no entorno da ocupação da Rua Mauá.

Horário e local: Pinacoteca (ponto de encontro), Região da Luz (centro de São Paulo); 20 e 21/5/2017, das 9h às 17h

Atividades:

A oficina vai envolver visita a pelo menos um prédio ocupado pelos movimentos de moradia na região da Luz – a princípio esta visita está prevista no prédio da Rua Mauá. Em companhia de lideranças e moradores do prédio ocupado, será feito um percurso no entorno para apresentação e análise da área de estudo, para a qual serão feitas propostas de qualificação do ambiente urbano. Serão formados dois grupos que vão trabalhar com duas diferentes áreas de estudo.

A partir das observações de campo e após apresentação da região da “Nova Luz” e de projetos de reabilitação desenvolvidos para a região, as equipes se subdividirão em grupos menores e desenvolverão as propostas de intervenção e qualificação urbana para as duas áreas de estudo. Essas propostas serão apresentadas e debatidas no segundo dia da oficina, em dinâmicas participativas envolvendo a população residente nos prédios ocupados.

OFICINA 2 – OCUPAR, RESISTIR E CONSTRUIR: AUTOGESTÃO HABITACIONAL NA REABILITAÇÃO DE EDIFÍCIOS VAZIOS NA ÁREA CENTRAL

Organização: Caio Santo Amore (FAUUSP), Luciana Lago (IPPUR UFRJ), Peabiru (assessoria técnica), Raúl Vallés (Udelar)

Número de Vagas: 20 vagas

Objetivo: Reconhecer os potenciais das ocupações de movimentos de luta por moradia em edifícios e das experiências de reabilitação que vêm ocorrendo e desenvolver propostas de caráter investigativo para a discussão sobre inserção urbana, sobre insurgência e resistência (ocupação e sua consolidação), instrumentos urbanísticos e métodos de projeto.

Horário e local: Região central de São Paulo e FAU Maranhão (ponto de encontro e ocupações a confirmar); 20 e 21/5/2017, das 9h às 17h

Atividades:

Há muitos anos a militância política e acadêmica da reforma urbana pauta a vacância e a ociosidade de terrenos e edifícios e as respectivas sanções para essas situações. Instrumentos urbanísticos vêm sendo criados para que esses imóveis cumpram sua “função social”. Movimentos de moradia, em ação direta, ocupam e resistem, na luta para recuperação desses imóveis e para sua destinação para moradia social. O centro de SP é um local privilegiado para observação dessas ações e dos seus (poucos) resultados práticos. Alguns edifícios que pertenciam ao patrimônio da União e outros, desapropriados pela administração municipal, foram destinados a programas habitacionais de interesse social e reformas vêm sendo viabilizadas, com muita dificuldade.

A oficina proposta pretende abordar esse assunto, adentrando alguns imóveis ocupados para conhecer, por meio das lideranças e moradores, fragmentos das histórias da ocupação e da resistência. Pretende também visitar alguns casos, onde os movimentos de moradia vêm conseguindo executar a reforma e a reabilitação, cumprindo o intuito de repovoamento das áreas centrais e a otimização de toda a infraestrutura e serviços instalados nessa região.

Pretende-se levantar os limites e possibilidades em termos de solução para moradia e adequação aos programas habitacionais, e em termos da própria condição urbana das áreas centrais, possibilidades de projeto, fundos públicos, instrumentos urbanísticos e formas de acesso das famílias (transferência de propriedade individual ou coletiva, locação social, serviços habitacionais) que sejam capazes de dar escala e viabilidade para esse tipo de ação.

Dinâmica proposta:

1º dia – encontro na FAU Maranhão às 9h e saída a pé para as ocupações e obras no centro, bate-papo com lideranças, moradores das ocupações e assessoria técnica dos movimentos. Levantamento preliminar de problemas em grupos.

2º dia – Elaboração de propostas de caráter investigativo, sistematização dos resultados.

OFICINA 3 – CAMINHOS URBANOS: DA COLINA HISTÓRICA À METRÓPOLE

Organização: Ana Castro, Joana Mello (FAUUSP)

Número de Vagas: 20 vagas

Objetivo: Reconhecer os padrões e eixos de desenvolvimento urbano metropolitano de São Paulo em seus aspectos geográficos, sociais, urbanísticos e culturais, confrontando o contexto atual da chamada “colina histórica com imagens e mapas de época.

Horário e local: Região central de São Paulo, FAU Maranhão; 20/5/2017, das 9h às 17h

Atividades:

Tomando o centro histórico como lugar privilegiado para reconhecer a cidade em suas diversas escalas e temporalidades e também como um território de conflitos e de disputas, a oficina prentede trabalhar a experiência do percurso como forma de aproximação a questões diversas como: processo metropolitano de expansão; padrões de crescimento e de segregação socioterritorial, configurações urbano-arquitetônicas, a fim de refletir sobre as complexidades da vida metropolitana como espaço de experiência e de intervenção.

Dinâmica proposta:

9h00-10h00 – Encontro na FAU Maranhão – Aula preparatória

Apresentar, por meio de material iconográfico e cartográfico como a cidade se constituiu historicamente, identificando os caminhos que a cruzavam desde os tempos coloniais.

10h30-13h30 – Início da visita a partir da Praça da Sé

Percurso pelos limites da colina histórica, identificando eixos de expansão que foram se constituindo a partir da morfologia do território e de lógicas de circulação distintas que definiram padrões válidos até hoje.

15h00-17h00 – Encontro na FAU Maranhão – Discussão da visita

Discutir as mudanças da centralidade que foram ocorrendo na cidade ao longo de todo o século 20, e seus impactos no território e nas dinâmicas urbanas e sociais. Produzir ensaio fotográfico sobre usos, conflitos e apropriações do centro, a partir das questões trabalhadas na visita.

OFICINA 4 – URBANISMO NA DEFESA DE DIREITOS: O OBSERVATÓRIO DE REMOÇÕES NAS FAVELAS DA OPERAÇÃO URBANA ÁGUAS ESPRAIADAS

Organização: Karina Leitão (FAUUSP), Paulo Emílio Ferreira (UPMackenzie)

Número de Vagas: 20 vagas

Objetivo: Debater a proposta de remoção integral das favelas no perímetro da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada (OUCAE), a partir do reconhecimento do local, do olhar de moradores a serem reassentados, de lideranças e organizações atuantes na área.

Local: Assentamentos precários (a definir) no perímetro da Operação Urbana + FAU Maranhão.

Horário: 20 e 21/5/2017, das 9h às 17h.

Atividades:

No processo de criação de uma nova centralidade de negócios no setor sudoeste da cidade de São Paulo, que se inicia com remoções violentas nos anos 90, o instrumento da Operação Urbana é o mote para a supressão da totalidade das favelas da região, com a criação de um grande parque linear e diversas obras viárias. Com a necessidade de criação de atratividade para o setor imobiliário, favelas são vistas como empecilho e eliminadas, em um processo que se apresenta como compensatório, ao prever a criação de unidades habitacionais equivalentes, mas violento pela falta de diálogo com os moradores atingidos. A OUCAE, criada pela lei municipal 13260/2001, prevê o reassentamento definitivo de cerca de 8.500 famílias removidas das favelas na região. O processo, em curso, demonstra que o atendimento tem sido muito inferior, com caráter provisório e sem participação.

A oficina deve abordar a ação estatal nesse território, por meio do contato com lideranças locais e entidades que vêm denunciando e acompanhando o processo.

Dinâmica Proposta:

1º dia – Encontro na FAU Maranhão e partida para o perímetro da OUCAE. Caminhada por assentamentos com remoção prevista pelo plano da OUCAE. Conversa com moradores, lideranças locais e membros do Observatório de Remoções para apresentação do histórico e debate sobre o tema, no local.

2º dia – Aprofundamento das discussões do dia anterior; apresentação de detalhes da Operação por agente público convidado e pelo Observatório; discussão sobre alternativas de urbanização e a opção por remoção/reassentamento generalizado, sistematização dos resultados.

OFICINA 5 – AUTOCONSTRUÇÃO E MELHORIAS HABITACIONAIS EM ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS CONSOLIDADOS: DIADEMA

Organização: José Baravelli (FAUUSP), Denise Morado (EA/UFMG). Apoio: Cláudia Bastos Coelho (FAUUSP/Prefeitura de Diadema), Renata Moreira (FAUUSP)

Número de Vagas: 20 Vagas

Objetivo: Reconhecer na realidade de assentamentos precários consolidados no município de Diadema a dimensão de precariedades edilícias e desenvolver propostas de caráter investigativo para melhorias habitacionais.

Horário e local: Assentamento precário em Diadema (a definir) + FAU Maranhão; 20 e 21/5/2017, das 9h às 17h

Atividades:

Como lidar com a cidade real? Como garantir acesso à moradia digna em extensas aéreas já urbanizadas, já regularizadas, onde a precariedade habitacional se mantém e se manifesta de diversas formas? O ímpeto do arquiteto e urbanista, do planejador urbano, costuma ser o da substituição, da intervenção radical. Como construir propostas compartilhadas a partir do encontro dos saberes dos autoconstrutores e dos arquitetos? Mas como pensar sob essa ótica quando milhões de pessoas vivem nessas condições no país? Como qualificar esses espaços para além de uma ideia tecnicamente genérica de “urbanização de favelas”, interferindo (no detalhe) e melhorando as condições de vida dos moradores?

A oficina vai procurar abordar essas questões por meio do contato com a realidade de 1 (ou 2) assentamentos precários no município de Diadema, um dos mais densos do país. A visita pretende percorrer as vielas e entrar em algumas moradias do assentamento para, então, de volta à sede da oficina na FAU Maranhão, organizar um levantamento preliminar dos problemas urbanísticos, habitacionais, edilícios, sociais a serem enfrentados.

O grupo de participantes da oficina terá a atribuição de elaborar propostas de caráter investigativo de projeto e de arranjos institucionais, produtivos de modo ensaiar algumas agendas de pesquisa, ensino e ação social.

Dinâmica proposta

1º dia – encontro na FAU Maranhão às 9h e saída para Diadema, bate-papo com técnico da prefeitura sobre a realidade do município e sobre as políticas de melhoria, visita aos assentamentos.

2º dia – discussão em subgrupos para levantamento de problemas, divisão para elaboração de propostas, sistematização dos resultados.

OFICINA 6 – URBANIZAÇÃO DE FAVELAS: JD. JAQUELINE

Organização: Jonathas Magalhães (PUCCamp), LabLaje FAUUSP, Juan Grabois (Argentina)

Número de Vagas: 20 vagas

Objetivo: (1) Socializar o conhecimento sobre favela, proporcionando a oxigenação desse mesmo conhecimento; (2) Discutir instrumentos para o projeto multidisciplinar em favela; (3) Discutir o lugar político da urbanização de favelas

Horário e local: Favela Jd. Jaqueline; FAU Maranhão (encontro no metrô Butantã); 20 e 21/5/2017, das 9h às 17h

Atividades:

É inegável o reconhecimento da morfologia favela como parte da composição urbana brasileira. Desde o início da luta pela Reforma Urbana, ainda nos anos 60, profissionais de diferentes têm se debruçado sobre as formas de morar da parcela da população mais vulnerável. A autoconstrução, a ocupação irregular, com materiais ou técnicas precárias, são características comuns a milhares de assentamentos brasileiros e ultrapassam o limite do que poderia ser considerado a excepcionalidade das nossas cidades. Mais que uma questão territorial, a favela ainda é reflexo da complexidade e das desigualdades presentes na sociedade.

Apesar dos inúmeros avanços obtidos em termos de legislação, de alteração de paradigmas e de tipos e metodologias de intervenção, a ocupação habitacional precária e informal está longe de estar resolvida, tendo continuado, nos últimos anos, a reprodução, consolidação e densificação deste modelo de habitação. A efetivação do direito à moradia adequada – reconhecido pela nossa Constituição Federal – passa pela conjugação de ações entre regulação e planejamento urbano sustentável, acessibilidade a um mercado habitacional adequado para a baixa renda, produção social de habitação, mas, sobretudo, pela promoção de melhorias urbanas e habitacionais nesta grande parcela do território já construída.

 

Dinâmica Proposta:

1º dia – encontro na estação de metrô Butantã, ida de ônibus ao Jd Jaqueline. Caminhada pelo assentamento, ida ao Crsan para bate-papo com moradores.

2º dia – aprofundamento na discussão do dia anterior, debate sobre perspectivas para urbanização e regularização do assentamento, sistematização dos resultados.

OFICINA 7 – Reforma Agrária na metrópole: formação política, infraestrutura e produção

Organização: Grupo de construção agroecológica FAUUSP, Coletivo Caetés FAUUSP, Habis (grupo de pesquisa IAU-USP), MST Regional Grande São Paulo (a confirmar)

Número de Vagas: 20 vagas

Horário e local: Escola Nacional Florestan Fernandes, Guararema – SP ou Centro de Formação Campo-cidade, Jarinu – SP; assentamentos do MST na RMSP (a confirmar); 20 e 21/5/2017. Em princípio, essa oficina está prevendo pernoite nos alojamentos da ENFF ou do CFCC (despesas de alimentação e estadia devem ser custeadas pelos participantes das oficinas)

Objetivo: Fomentar a discussão em torno da Reforma Agrária na metrópole a partir dos espaços de atuação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)

Atividades:

A discussão em torno da reforma agrária na metrópole, especificamente na Região Metropolitana de São Paulo (perspectiva estadual), nos possibilita uma rica reflexão sobre o habitar e o produzir na cidade e no campo. Assim, as atividades da oficina serão constituídas por visitas a assentamentos e espaços de formação do MST, por momentos de formação junto ao MST e por atividades práticas em mutirão nessas localidades. Nas visitas, os participantes da oficina poderão conhecer as realizações e parte dos conflitos existentes nos assentamentos metropolitanos; nos diálogos com o movimento, serão apresentados à história, organização e atuação política do movimento; nas atividades práticas, terão a experiência da produção e do trabalho colaborativo. Dessa forma, por meio da práxis, busca-se suscitar a questão: como se faz possível uma outra forma de produção do espaço, fora da dicotomia campo-cidade e das relações de exploração e expropriação da força de trabalho?

1º dia – Encontro na FAU Maranhão e partida para as visitas a assentamentos e espaços de formação do MST na RMSP (locais a definir). Pernoite na Escola Nacional Florestan Fernandes ou no Centro de Formação Campo-Cidade

2º dia – Participação em atividade de mutirão em algum dos assentamentos ou nos espaços de formação.

OFICINA 8 – DO PROJETO MODERNISTA À CONDOMINIALIZAÇÃO – O CASO DA COHAB JOSÉ BONIFÁCIO EM ITAQUERA

Organização: Beatriz Rufino e Luciana Royer (FAUUSP). Apoio: Sandro Barbosa (Usina) e Marília Müller (FAUUSP)

Horário e local:

Número de Vagas: 20 vagas

Objetivo: Tratar da consolidação de um grande conjunto habitacional, construído na virada da década de 1970 e 1980

Atividades:

A Cohab José Bonifácio é um dos grandes conjuntos construídos na Zona Leste da capital entre os anos de 1970 e 1980. De um assentamento estruturado como um projeto modernista (ainda que em versão rebaixada) de produção de habitação em escala, em uma periferia longínqua àquele momento, com reserva de áreas para áreas livres e equipamentos sociais, com acesso por linha férrea de transporte de público de massa, esse pedaço de cidade se consolidou nos quase 40 anos desde a implantação do conjunto e a ocupação das unidades habitacionais. Equipamentos públicos foram construídos, a região atualmente está repleta de comércios e serviços e mantém intensa atividade cultural por meio de diversos coletivos. Ao ponto que não se pode mais analisar esse território na chave da periferia dos anos de 1970. Os conjuntos habitacionais estruturados com blocos padronizados implantados livremente sobre terra nua, foram cercados e “condominializados”, num padrão que veio sendo reforçado também nas áreas públicas dominiais reservadas à Cohab, que continuaram a ser ocupadas por novos conjuntos ao longo dessas décadas.

A oficina pretende abordar essa temática da consolidação desse grande conjunto habitacional, em diálogo com moradores, que também são pesquisadores e ativistas que pertencem a coletivos culturais da região.

Dinâmica proposta:

1º dia – Encontro na FAU Maranhão e partida para a visita. Passeio pelo conjunto e realização de uma roda de conversa com moradores e ativistas, em princípio na Ocupação Cultural Coragem , localizada no Conjunto.

2º dia – Trabalho prático, reflexivo e propositivo, sobre o tema.

OFICINA 9 – ÀS MARGENS DA CIDADE: EXPANSÃO URBANA E AS REPRESAS DA ZONA SUL

Organização: Ângelo Filardo (FAUUSP)

Objetivo: Tratar do conflito entre expansão urbana e conservação do meio ambiente e dos recursos naturais

Número de Vagas: 20 vagas

Horário e local: áreas com projetos e/ou intervenção às margens da represa (a definir), FAU Maranhão; dias 20/05 (visita) e 21/05 (proposições)

Atividades:

A oficina irá trabalhar o conflito entre expansão urbana e conservação do meio ambiente e dos recursos naturais, em um contexto de urbanização periférica muito dinâmica, o das áreas de proteção de mananciais do sul da Região Metropolitana de São Paulo. Um histórico de intervenções do poder público já permite visualizar resultados, limites e dilemas.

A ideia é enfrentar a questão desde dois pontos de vista, o da gestão urbana e o do projeto urbano, procurando trabalhar a eficácia e garantia de resultados de longo prazo das ações empreendidas.

Dinâmica proposta:

1º dia – Encontro na FAU Maranhão e partida para visita a pelo menos duas áreas nas quais tenha havido intervenções ou processos de elaboração de projetos e nas quais estejam evidenciados temas de interesse. Por exemplo: Areião (São Bernardo do Campo), Cantinho do Céu (São Paulo) e Morro dos Macacos (Divisa entre São Paulo e Diadema), ou outras que possam vir a apresentar maior interesse próximo à data do evento – com interação com a população do lugar. Na parte da tarde, seriam ouvidos outros atores relevantes e técnicos envolvidos no processo, em painéis sucessivos analisando criticamente aspectos de gestão urbana e de projeto urbano.

2º dia – Desenvolvimento de trabalhos de caráter propositivo, definindo-se, em princípio, duas temáticas distintas, uma com foco na gestão urbana e outra com foco no projeto urbano.

OFICINA 10 – CARTOGRAFIA AFETIVA E INSURGENTE EM PARANAPIACABA

Organização: Catharina Pinheiro (FAUUSP), João Farias Rovati (UFRGS)

Número de Vagas: 20 vagas

Objetivo: maiores informações em breve

Horário e local: maiores informações em breve

Atividades: maiores informações em breve

 

Foto: ONG Cidade – Centro de Assessoria e Estudos Urbanos